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EST(E)LA

 
 
  Sinto o tardar em seu olhar. Quantos lençóis já cansou de molhar? Obscura. Sei que não é loucura ou frescura, mas não vai encontrar o que procura nessa bagunça. Singela. Cadê você? Se perdeu nela? Já experimentou abrir a janela? Estela, minha donzela, deixe de lado esse doce amargo. A saudade pode ser maldade. Enquanto a realidade bate palma, sua alma não me parece calma. Fuja menina. Esse amor que te fascina é na verdade uma dor que te domina. As horas passam e tudo parece lento no seu tempo. Sangue turbulento. Que triste este sentimento. Chega de lamento. Não se engane e não te abandone. Na escuridão você some. Você não perde companhia e sim seu dia. Olha o verão. A solidão só é boa quando o vazio não nos magoa. Seu corpo clama por carinho e insiste em errar o caminho. Talvez seja culpa desse puro ego que te leva a esse sofrer eterno. Anda insegura e sem postura. Não sabe pra onde ir. E acredita que aquele ainda vai vir. A música toca e seu coração implora. Chora, pequenina. Mas não desanima. Não há remédio mais eficaz que sentir o peso deste tédio sagaz. Busque por paz. Dói. Só que isto já te corrói. Levante e siga adiante. A morte tem pressa e além da sua porta a vida te espera. Quem sabe não haja cura lá fora?! Vamos embora. Venha flor, corra e não perca sua cor. Voe. Junte os cacos e mesmo se não houver saída, aceite a partida. Pois seu sorriso veste alegria e essa tristeza em você não combina.


Henrique Lima


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