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Mostrando postagens de maio, 2016

EST(E)LA

      Sinto o tardar em seu olhar. Quantos lençóis já cansou de molhar? Obscura. Sei que não é loucura ou frescura, mas não vai encontrar o que procura nessa bagunça. Singela. Cadê você? Se perdeu nela? Já experimentou abrir a janela? Estela, minha donzela, deixe de lado esse doce amargo. A saudade pode ser maldade. Enquanto a realidade bate palma, sua alma não me parece calma. Fuja menina. Esse amor que te fascina é na verdade uma dor que te domina. As horas passam e tudo parece lento no seu tempo. Sangue turbulento. Que triste este sentimento. Chega de lamento. Não se engane e não te abandone. Na escuridão você some. Você não perde companhia e sim seu dia. Olha o verão. A solidão só é boa quando o vazio não nos magoa. Seu corpo clama por carinho e insiste em errar o caminho. Talvez seja culpa desse puro ego que te leva a esse sofrer eterno. Anda insegura e sem postura. Não sabe pra onde ir. E acredita que aquele ainda vai vir. A música toca e seu coração implora....

CLÍMAX

   Olho a olho. Algo não parece certo. A cada movimento uma descoberta. Mas que relação seria essa? Observo minuciosamente cada ação enviada. Todos os gestos, expressões e sentimentos envolvidos ali. Mesmo que sutil. Ele caminha aos poucos em minha direção. Sentido partido do coração. Parece querer entender. Conhecer. Ou então saber o que rola do outro lado. O que o espera. Tento decifrar por que ainda cruzamos olhares se nem ao menos nos conhecemos. Haveria de existir algum motivo para o feito. O acaso não parecia entrar na brincadeira. Estávamos tendo alguma relação. E pouco a pouco, fui me envolvendo no jogo. Agora envolto em curiosidade. A cada passo, mais forte era a ligação. Cada vez mais próximos da razão. Pude enxergar ali alma e espírito. Dor. Alegria. Ou ambos em um mesmo instante. Movidos pelo tempo a cena parecia ganhar intensidade. Quanto mais perto, maiores eram os sentimentos. Até que enfim, nos aproximamos. No meio da história. Não perdemos a cone...

Forasteiro

     Sozinho. Sem rumo. Olho à minha volta e me sinto perdido. Vejo carros. Edifícios e lojas. Vejo pessoas. Pessoas sérias. O que será que estão sentindo? Estão tristes? Alegres? Não devem ter tempo pra sentir algo. Me pergunto se ao menos existe alguém nesta multidão tão solitário quanto eu. Me sinto vazio. Mesmo em um vasto lugar como este, ninguém se vê. Esqueço que todos sabem aonde ir. Menos eu. Não sou daqui. Talvez tenha passado para conhecer à cidade. Estrangeiro. Um estranho deslocado. Caminho longos passos pelas ruas sem saber onde estou. "Será que você pode me ajudar?!" Pressa. Tudo ao redor parece passar depressa. Eles correm com relógios em seus pulsos. Socorro. "Não pode mesmo me ajudar?" Me sinto preso. Aqui o céu é tão cinza. Acho que estou somente ocupando espaço. Sou invisível. Será mesmo que não existe amor nessas almas andantes? Ando cada vez mais rápido e não chego a lugar algum. Não quero entrar neste ritmo. Não vejo cor alguma senão o p...